Simples Nacional, medidas passam a valer em janeir

Revisão na Lei Geral precisa ser aprovada pelo Congresso neste ano para entrar em vigor.
As mudanças no Simples Nacional anunciadas pelo governo em agosto vão beneficiar micro e pequenos empresários. De acordo com a presidente Dilma Rousseff, cerca de 5,3 milhões de pequenas empresas serão favorecidas com a revisão da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. No entanto, para que as aprovações previstas comecem a valer a partir de janeiro de 2012 elas precisam passar pela aprovação do Congresso Nacional neste ano ainda.
Validação
O espaço de tempo entre o anúncio da revisão e a legitimação por parte do Congresso Nacional retarda a saída das propostas do governo do papel. Por causa de uma determinação constitucional, as alterações relacionadas a questões tributárias entram em vigor no exercício seguinte, o que explica o período para as mudanças serem validadas.
“Independentemente disso, há um artigo que determina que as alterações previstas na Lei Complementar 123/2006, entrarão em vigor a partir de 01/01/2012”, explica Julio Durante, do Sebrae SP. De acordo com o consultor, apenas alguma Medida Provisória encaminhada ao Congresso poderia trancar a votação e prolongar ainda mais a espera de micro e pequenos empresários para a validação das alterações na Lei Geral.
Impactos na economia
Depois de implementadas, as novas regras devem demorar alguns meses para serem percebidas por empreendedores, segundo especialistas em micro e pequenas empresas. “Cerca de 500 mil pessoas devem deixar a informalidade nos primeiros seis meses. Serviços e comércio são os segmentos que terão respostas mais imediatas”, diz Alencar Burti, presidente do conselho deliberativo do Sebrae/SP.
De acordo com Burti, no curto prazo esses setores vão incorporar de forma mais acelerada as mudanças pois são justamente o campo de atuação da maioria dos micro e pequenos empresários do país. “É difícil para o pequeno empresário vencer as cargas tributárias e burocráticas. Com a alteração na Lei os empreendedores terão facilidades. Trata-se de um ganho para a economia do País”, explica.
O que muda
Na proposta de alteração da Lei Geral da Micro e Pequena empresa apresentada pelo governo neste mês está previsto o reajuste em 50% das tabelas de tributação do Simples Nacional e respectivos tetos da receita bruta anual das empresas do sistema. Desta forma, a empresa com receita bruta anual de até R$ 120 mil, que está na menor faixa de tributação, passa para R$ 180 mil; aquela com receita intermediária de R$ 1,2 milhão passa para R$ 1,8 milhão e quem está no atual teto máximo de R$ 2,4 milhões passa para 3,6 milhões.
Exportações – As empresas exportadoras que integram o Simples Nacional poderão exportar até o dobro do seu faturamento sem serem excluídas do sistema. De acordo com a proposta do governo, a empresa que estiver no teto máximo do Simples — R$ 2,4 milhões e que deve passar para R$ 3,6 milhões — poderá exportar o mesmo valor, podendo faturar até R$ 7,2 milhões.
Impostos – A proposta cria ainda sublimites estaduais para recolhimento do ICMS e do ISS, que estão entre os impostos integrantes do Simples Nacional. O sublimite é fixado em R$ 2,4 milhões. Os estados poderão adotar sublimites, que dependerá da sua participação no PIB nacional. Para aqueles com participação no PIB nacional de até 1%, o sublimite é de R$ 1,6 milhão ou R$ 2,52 milhões. Aqueles cuja participação vai de 1% a 5%, o sublimite é de R$ 1,8 milhão ou R$ 2,52 milhões. O sublimite não pode ser adotado por estados cuja participação no PIB nacional supera 5%. De acordo com Julio Durante, consultor do Sebrae SP, essa medida, com o tempo, necessita ser revisada pois o pequeno empresário pode ser penalizado e acabar pagando impostos mais caros.
Parcelamento de débitos – O parcelamento de débitos tributários das empresas do Simples – não permitido hoje – também está previsto na proposta anunciada pelo governo. Aprovada a lei, os empresários poderão parcelar seus débitos em até 60 meses. A medida deverá beneficiar cerca de 500 mil empresas devedoras do Fisco que correm risco de exclusão.
Simplificação de procedimentos – A simplificação de procedimentos está prevista na proposta do governo. Entre as melhorias previstas estão a alteração e o fechamento do negócio do Empreendedor Individual (EI) por meio eletrônico, a redução do prazo de fechamento de microempresas de três para um ano e a criação de uma declaração única de informações sociais do EI para facilitar a contratação de empregado. A Declaração Anual do Simples Nacional será extinta, já que as declarações mensais serão consolidadas pela Receita Federal.
(FONTE: ESTADÃO.COM.BR)